terça-feira, 11 de maio de 2021

Miraculina

 

Caminhamos lua afora e pela superfície dos sóis,
Minha pele derreteu no teu calor e ali eu soube,
Não voltaríamos vivos e nada restaria de nós,
Mas nas formas do medo eu não coube.

Então passeamos por teus mundos e constelações,
Só que, apesar dos deslumbres dos teus sonhos,
Vi que tinha muito de mim nessas canções,
E nada de você, nada de nós, nada do que fomos.

Em silêncio moribundo eu retrocedi,
E eu sei que um novo eu nasceu,
E eu sei que você também sofreu,
E sei que, embora tudo, continuamos ali.

Mas essa nova história não tinha nada do que fomos,
Olhando em teus olhos, eu me perguntava: aonde vamos?
Pouco a pouco o encanto deu lugar a um clichê enredo.
E todo belo momento deixou em mim o gris e o azedo.

 

Raphael Henrique Silva Quintão

10 de maio de 2021

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