Cedo ou tarde na vida, precisamos desbravar o mar do luto. E
não importa quantas horas temos atrás do timão, nesse mar escuro e profundo,
somos todos sempre marinheiros de primeira viagem.
E, como acontece com todo marinheiro de primeira viagem, é
normal se perder e ficar à deriva. É normal olhar para o céu em busca das
estrelas e não ver nada além de nuvens carregadas. É normal não saber se içamos
as velas ou soltamos a âncora durante as tempestades.
Mas, se você se encontra nesse mar agora, saiba que, embora
ele pareça infindo, em algum lugar, em algum momento, você encontrará um farol
que mostrará a rota de volta para a terra firme.
E um dia, talvez, esse mar de ondas tão revoltas se torne
uma mera lembrança na longa caminhada da vida.
Raphael Quintão, 16/03/23